
Imagem tirada de http://www.naturlink.pt/
Em Odemira, há o jardim da Fonte Férrea, onde se dão passeios maravilhosos, por entre a mata, ou rumo ao chafariz do qual vêm águas ricas em ferro, avermelhadas, a fazer lembrar as águas de Glastonbury, no Reino Unido...O vermelho associado ao sangue do Cristo Andrógino; ao graal; ou ao sangue menstrual das sacerdotisas de Avalon.
Ora esse jardim era guardado por um corvo há uns anos atrás, o que dava um tom de mistério...Num sítio escondido, junto à casinha do proprietário, com as ferramentas de jardinagem, e junto àquelas árvores bem escolhidas, lá estava o corvo imponente e negro que nem as rochas do litoral!...
É no Alentejo e Algarve, onde há mais localidades e sítios com o nome corvo. No concelho de Odemira temos: Vale Corvo; Vale de Corvo de Baixo; Corvos...No concelho de Monchique temos Foz de Corvos. Temos Monte dos Corvos em Almodôvar...E por aí fora nesse sul tão místico!...
Segundo as lendas e tradições, o corvo sempre foi considerado com poderes sobrenaturais, com capacidade de se transformar em humano e com o dom da profecia. Era do corvo que se faziam amuletos ou talismãs...São Vicente foi levado numa barca por dois corvos até Lisboa. A bandeira de Lisboa tem os corvos e o barco a preto e branco. Os sacerdotes do paganismo de várias regiões faziam-se acompanhar por corvos. Os desenhos animados "Heckel and Jeckel" que tanto animaram a pequenada nos anos 60 e 70 tinham como personagens principais dois corvos. A série de televisão dos anos 90, de David Lynch, "Twin Peaks", tinha uma personagem estranha que se deixava acompanhar por um corvo e que ajudou o agente Dale Cooper na investigação da morte de Laura Palmer.
Mas porque é que no sul de Portugal, e principalmente no concelho de Odemira, há tanta referencia a corvos? Fica a questão em aberto...