Saturday, March 31, 2007

O Canal de Milfontes e as Dunas...

Na freguesia de Vila Nova de Milfontes, entre a praia do Malhão e o Portinho do Canal, há uma zona que diria mesmo virgem. Quando se sai do restaurante Portinho do Canal e se caminha para norte, há ali um miradouro. Desse miradouro, em vez de se ir pela estrada para a vila, entra-se pelas dunas e consegue-se avistar daí falésias enormes e grotescas, que mais parecem vestígios de um castelo com uma torre enorme. Talvez a versão sul do castelo do rei malvado da Boca do Inferno em Cascais...Aí nessa zona o mar bate com muita força e ouve-se o seu grito de revolta. Há grutas junto a esse mesmo mar e as algas castanhas que vão dar ao pequeno areal parecem ser os enfeites das sereias que aí abundam (como contava o meu professor de História, em Milfontes). Saíndo dessa zona de finisterra e ctónica, indo em direcção à vila é de notar a "casa das sete chaminés", que se vê da estrada do canal. É uma casa em ruínas que tem o seu quê de mistério. Contou-me alguém da vila que era a casa das mouras encantadas. Era nesse sítio que as mouras teciam os destinos daquelas gentes do sul. Para além de que tem o número místico sete (sete saias; sete bruxas; sete olaias; sete colinas; sete luas; sete sois) e fazia-se um belo pão divino nessa casa.

Thursday, March 29, 2007

Nomes Curiosos de Localidades no Concelho de Odemira

-Fonte do Corcho Velho
-Fonte do Corcho Novo
-Fonte Ferrosa
-Fonte Rosada
-Fonte do Coxo
-Mata Cabras
-Mau Ladrão
-Mau Tempo
-Neves
-Foz do Vale da Rosa
-Guerreiras
-Monte das Covas
-Portela do Vale Negro
-Caldeirão
-Torgal
-Cova da Zorra
-O Mal Julgado
-Castelão
-Boa Mulher
-Zorra de Estômbar

Tuesday, March 27, 2007

Sines Arqueológica

Os Cinetes ou Kunetes

O nome de Sines poderá derivar do étimo latino sinus, que designa «baía» - o que é muito provável -, ou, segundo Arnaldo Soledade, de um povoamento proto-histórico promovido pela tribo dos Cinetes (ou Kunetes) - já identificados por Rufus Festus Avieno -, nome tribal ligado, mesmo que indirectamente, e do ponto de vista filológico, ao radical KN, relacionado igualmente com a palavra «oKeaNos», o que justificaria a sua relação quase que «genética» com os territórios costeiros e as finisterras lusitanas. O nome de cabo Cinético, porém, é dado por Avieno ao cabo de Sagres.

Fenícios e Púnicos

A sua situação de cabo proeminente e a localização que lhe permitiria um bom domínio da costa ocidental do Alentejo, com boas terras no seu hinterland, terão estado na origem de um estabelecimento costeiro fenício, cartaginês ou púnico. Se outros testemunhos não houvesse, já o nome pelo qual Avieno identifica na Ora Marítima ou Orla Marítima a pequena ilhota do Pessegueiro, ao largo de Porto Covo e a cerca de 10 km para sul, dando-lhe o nome de Poetanion (o que sugere topónimo de origem púnica), acaba por denunciar a presença cartaginês. Mas o mais importante vestígio é o chamado «Tesouro do Gaio», de cerca de VII a. C., um dos mais importantes conjuntos de joalharia ibérica proto-histórica. Os recursos minerais do Baixo Alentejo ( Cercal, Aljustrel), mas também os recursos tintureiros do mar de Sines, onde se encontra o molusco «Thais haemastona», utilizado para a extracção de púrpura, matéria sempre cara aos púnicos (não por acaso autodenominados «vermelhos»...), teriam levado à fixação cartaginesa.

in Enciclopédia dos Lugares Mágicos de Portugal, de Paulo Pereira

Sunday, March 25, 2007

Lenda do Pego das Pias



Conta a lenda que um lavrador tinha uma filha, que era a menina dos seus olhos. Certo dia a filha adoeceu gravemente. O pai, como a filha era a melhor coisa na sua vida, prometeu a um Santo uma junta de bois e uma grade de ouro se a filha ficasse boa.

A filha curou-se, mas o lavrador não pagou o que tinha prometido.

Como a sua filha tinha o hábito de ir beber água no Pego das Pias, que era também onde os bois iam beber, a filha do lavrador ficou encantada.

Só quem for capaz de segurar a grade de ouro e os bois que vêm ao cimo da água, na manhã de S. João, poderá desencantar a filha do lavrador.

Dizem que muita gente já viu a grade e os bois, mas nunca ninguém conseguiu segurá-los.

Monday, March 19, 2007

Decidi criar este blog, com o objectivo de divulgar o maravilhoso da Costa Alentejana, algo esquecido. Para isso, espero receber lendas, contos, histórias estranhas que se tenham passado nesta região ou que sejam arquétipos no subconsciente de um povo que se dedica há séculos, e talvez milénios à pesca; agricultura; trabalhos mineiros; moinhos...Enviem-me para os comentários do blog, ou então para o meu mail: prisciliano@portugalmail.pt - Esta recolha de lendas só é válida para os concelhos de Odemira e Sines!
Um abraço fraterno!