Wednesday, April 16, 2008

Estranha Aparição em Milfontes

Contou-me uma amiga minha C. de Milfontes, uma visão que teve no ano passado, em Agosto. Eram mais ou menos cinco da manhã, estava C. e um amigo nas dunas, junto ao farol e viu de repente, vindos do nada, cinco seres com mantos negros e capuzes a esconder os rostos. Segundo a minha amiga: «Parecia que arrastavam correntes ou coxeavam uma das duas pernas...». Um desses seres olhou para C. mas num segundo desapareceram tal como apareceram: misteriosamente. Um pormenor: a lua estava cheia e o céu limpo e os seres estavam mais ou menos a dez metros de C. e do amigo. A minha amiga ficou aterrorizada e inquieta com o que viu.

Wednesday, February 27, 2008

Bruxaria em Sines...

«...a magia negra invadiu os pinhais de Sines – Vale Marim, Bêbada e a Praia do Largo da Costa Norte – nas noites de sexta-feira. Os adeptos, com capas pretas, gritavam toda a noite aos deuses das trevas. Durante os rituais, matavam animais e a sua actividade foi descrita por populares da zona como "parecendo um filme de terror". »

in Correio da Manhã - 7 de Maio, 2003

Sunday, February 24, 2008

Um Pouco de Arte e Imaginação...


Terra do Nunca - Susana Antunes Correia

Podia ser a Serra do Cercal num passado remoto...No Tempo dos Deuses e Deusas Atlantes...

Thursday, February 7, 2008

Personagens de Milfontes IV - A Vendedora de Feijão-Manteiga

Trata-se de uma senhora já de certa idade que andava pela rua principal, junto à escola primária, a vender feijão-manteiga.

A senhora: «Vendo feijão-"mantêga"!»

Eu(criança), aproximava-me e gritava: «Não é feijão-"mantêga"! É feijão-"mantaiga"!» -

Personagens de Milfontes III - A Alemã

Encontrava-a no restaurante da Choupana, sempre acompanhada pelos cães pastores alemães. Era amiga do arquitecto que desenhou a minha casa de Milfontes. Nunca soube onde morava, mas eu imaginava que era junto do canal e das rochas, num lugar guardado pelos pastores alemães...Qual Cérbero guardião dos infernos!...
Esta mulher que tanto podia ser professora, como médica, como arquitecta ou até escritora tinha um riso bem alto, que eu julgava que era o riso de uma bruxa. Muito procurada pelos alunos mais velhos do colégio, para explicações (?) , nos finais de tarde lá estava ela, no café Paraíso ou na Choupana, a absorver o ar marítimo e a olhar para ocidente, bem longe, no mar. Tinha um caderno ou bloco de notas e ia apontando coisas, enquanto os "aprendizes de feiticeira" não chegavam...
Associava-a às caravanas de hippies alemães encostadas à berma, na praia de Milfontes, com aqueles desenhos coloridos de flores e símbolos anarquistas...
Geralmente os portugueses, com os seus preconceitos e ignorância, vêem os alemães como nazis e conservadores, mas muitos dos alemães descontentes com o neoliberalismo e autoritarismo da Alemanha vieram para cá, em busca de um paraíso a sudoeste...Uns vieram em busca do Graal. Outros vieram estudar a flora do litoral. Outros vieram dar aulas de línguas. Outros ainda vivem cá de uma maneira despojada, sem compromissos nem angústias. Esses pesadelos ficaram todos lá na Alemanha.
A alemã deve continuar por lá ou já deve ter ido para outro lado...Mas a imagem de uma mulher forte com óculos de intelectual, quase gigante e muito misteriosa mantém-se na minha memória. Os cães, esses, já devem ter desaparecido e as sombras ainda se devem ver junto ao farol, para quem estiver bem atento aos pequenos pormenores, quando o pôr-do-sol chega àquelas paragens...

Tuesday, February 5, 2008

Personagens de Milfontes II - A Viúva de Negro

Quase todos os carnavais, aparecia junto das crianças mascaradas do infantário de Milfontes uma educadora de infância mascarada com um vestido , chapéu e véu negros.
Todas as crianças estavam vestidas com fatos normais de palhaços; cinderellas e zorros, mas aquela senhora era muito original!...Um pormenor: coxeava, como que arrastando a perna. Eu até ouvia na minha mente uma música sinistra a acompanhar aquela visão! Uma música com sons rurais longínquos e guizos.
Pergunto eu hoje, onde foi a senhora buscar influência para tal disfarce? Que se passou na cabeça dela para ter tal ideia? Que arquétipo estava presente no inconsciente dela? Sabe-se que esses trajes têm origem árabe, e se formos mais longe, da Ásia Central...Até posso imaginar as sacerdotisas das Montanhas do Altai assim vestidas, para os rituais...E o coxear? No concelho de Odemira há um lugar com o nome Fonte do Coxo. São tantas as personagens coxas dos livros...Geralmente, guardam segredos...

Wednesday, January 30, 2008

Personagens de Milfontes I - "Auuu"

O "Auuu" - foto de Pedro Marco


Hoje começo por escrever sobre uma personagem singular da vila que é Milfontes. Trata-se do "Auuu".
Nasceu com uma doença mental que o impossibilita de falar normalmente e de andar bem. O seu trajecto é sempre entre São Luis e Milfontes. Anda sempre pela estrada com um carrinho de mão. Age como uma criança inocente e ingénua. Qual Parsifal dos mitos arturianos!...O "Auuu"muitas vezes entra pelas casas de Milfontes dentro e dorme nos quintais. Para quem vai pela primeira vez a essa localidade, pode assustar-se com este simpático homem, mas os habitantes já lhe têm uma longa ternura e amizade. Qual é o jovem de Milfontes que não gosta de dar um abraço fraterno ao "Auuu"? Todos lhe têm estima.
Muitas vezes há quem o apanhe na estrada para Lisboa, com o seu carrinho de mão. Não sei a origem ao certo dele nem o nome de nascimento.
Ninguém esquece as noites frias de inverno, em que não há ninguém na rua, e de repente, ouve-se uma espécie de uivo de sofrimento, pelas ruas e o som pesado dos sapatos em largas passadas...O andar e o sentir de alguém que não tem culpa de ter nascido assim e que está ligado àquele mar; àquelas dunas e que pode muito bem tornar-se um mito do concelho de Odemira, enraizado no inconsciente e nas vivências daquele povo.

Saturday, January 26, 2008

Monte das Pousadas Novas

O autor do blogue junto ao Monte das Sete Chaminés ou Monte das Pousadas Novas. Uma casa a fazer lembrar as estalagens onde o Dom Quixote ia parar, depois das suas aventuras...

Os canaviais que quase escondem esta casa da vista humana...


Este monte alentejano, em ruínas, que hoje em dia é casa de refúgio de jovens para aventuras, foi uma propriedade agrícola, onde havia bois, vacas, entre outros animais. Conta-se que esta casa deu trabalho a muita gente da região. A casa de fortes características alentejanas, que parece ter sido também local de pouso; estalagem para aventureiros e viajantes que iam do Algarve para Lisboa, tem sete chaminés. Só o número sete evoca o místico e o maravilhoso. Que terá havido neste local antes de ser construída a casa?
Nas histórias de encantar, há sete bruxas; sete olaias; sete bichas; sete saias; sete anões...Na geografia há as sete colinas de Lisboa e outras tantas sete colinas por esse mundo fora. Existem localidades ou zonas, ou mesmo ruas com o nome "sete moinhos"; "sete castelos" em São Domingos de Rana.
Numa zona que fica entre as dunas e o pinhal de Milfontes, as Pousadas Novas surgem como reminiscência de um lugar de descanso para viajantes do género do Dom Quixote!...Também podem sugerir as primeiras colectividades operárias, de reuniões de anarquistas ou mesmo de esconderijo de bruxas que fugiam dos inquisidores.

Saturday, January 19, 2008

Os meus sonhos e o Bairro do Montinho - Milfontes

Vou escrever aqui sobre uma experiencia que tive, há muitos anos, no final da minha infancia. Morava em Milfontes nessa altura e tinha o hábito de passear pela vila e arredores, depois de acabar as aulas, ao fim da tarde. Uma vez, decidi conhecer melhor o bairro do Montinho.
Saí da rua principal e meti-me pelas ruas daquele bairro em direcção ao rio. Comecei a descer e já só via arbustos, umas poucas casas; um vale lá em baixo e o rio. Mas intrigou-me uma casa em ruínas, naquele sítio, onde o vento uivava. A casa era pequena, só de rés-do-chão e já tinha ervas à volta e nos muros, para além de rachas e buracos. Senti um arrepio e que estava no fim do mundo. Estava em Milfontes, mas sentia-me afastado, no tempo e no espaço. De notar que quando entrei lá na zona eram três da tarde e quando saí e cheguei a casa já era noite. A minha mãe até ficou preocupada.

Sonho Lunar:

De madrugada, o vento batia forte e a cancela até se partiu com os movimentos. Custou-me a adormecer e ao sonhar vi-me de novo nessa zona do Montinho, como se tivesse saído do corpo em projecção astral. Passei por dois calceteiros que estavam ali na rua deserta e que me aconselharam o melhor caminho para lá chegar. Quando cheguei à tal casa em ruínas, eis que vejo um vulto; uma sombra, que parecia usar uma capa que voava: uma espécie de Sandman. Fugi daquele sítio apavorante e senti que o vulto me seguia pelas ruas de Milfontes. Toquei várias vezes à campainha e a cancela atrás de mim naquele movimento brusco a provocar um som de pesadelo. Nisto vejo o tal vulto a aproximar-se de mim, vestido de negro e a porta da minha casa abre-se. Vejo a luz da casa e o ser desaparece.
No dia seguinte, ao acordar, há um cachecol negro na minha cama, que nunca cheguei a descobrir de quem era. O vento estava mais fraco, mas deixou vestígios da passagem. A cancela estava toda escancarada.


Sonho Solar:

Dias depois, sonhei com essa zona outra vez, mas era um Bairro do Montinho diferente, com um vale luminoso e mulheres lavadeiras a estender os lençois na ribeira quase lá em baixo, junto ao Mira. Havia alegria nas poucas casas e nas janelas.

Wednesday, January 16, 2008

OVNI em S. Luis - Concelho de Odemira

Uma amiga minha de Milfontes, há cerca de dez anos, estava na casa da avó, em S. Luis (concelho de Odemira) quando viu uma luz branca, oval, que andava muito depressa...Foi numa noite de Verão, por volta das onze horas. Não se lembra de mais pormenores, até porque foi já há muito tempo.

Sunday, January 6, 2008

Abidis em Milfontes

Abidis - A lenda de Abidis entronca num mito, cuja primeira expressão escrita se reporta à fundação de Tartessos. Abidis ou Habidis são formas onomásticas modernas declinadas de Habis ou Abis, filho incestuoso do rei dos Cinetas, Gargoris, o melícola (inventor da apicultura e introdutor do processo de produção de mel). Foi o historiador Justino, no séc. II d.C.; quem, tendo por fundo uma narrativa de Tragus Pompeius, fixou o perfil hagiográfico deste herói tartéssico; abandonado recém-nascido para ser devorado pelas feras, seria alimentado por uma cerva, tendo crescido e vivido até à adolescência nos bosques. capturado e levado à presença de Gargoris, havia de ser identificado e reconhecido por este como filho e herdeiro.

in Portugal Sobrenatural, Volume I, de Manuel J. Gandra

Ora, com estas informações preciosas deste livro, chego a uma conclusão! Se foram os Cinetes, segundo o livro de Paulo Pereira, que fundaram Sines, e se um pouco a norte de Milfontes (Mellis Font - Fonte de Mel) fica a Angra da Cerva, está tudo explicado!